quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013


ESTÓRIAS COM GENTE DE TRÁSDAPONTE



Nos finais da déc. de 60 do séc. XX, a equipa de
do Trásdaponte, deslocou-se algumas vezes ao
Quartel da Marinha na Azinheira,já bem perto da
ponte que ligava o Seixal ao Barreiro por comboio.
O transporte da nossa equipa era feito num autocarro
azul escuro da Marinha, que nós ansiosamente
esperávamos junto à fábrica Mundet.
Parecia que o pessoal ia jogar o campeonato da
Europa.
Todos emproados nos bancos do autocarro e o
Márinho "calhocas" no banco da frente a dizer
adeus às pessoas que circulavam e olhavam, na
rua Paiva Coelho.
A alegria era muita, pois para quem pouco tinha
aquilo era fabuloso.
Bom pessoal aqueles Marinheiros da Azinheira,
alguns, às vezes vinham beber umas cervejas e
comer lambujinhas à verbena  da Timbre Seixalense
connosco.
Já me esquecia de um pormenor, quando o jogo
terminava estávamos a transpirar e sujos como tal
o banho no chafariz no largo Joaquim Santos Boga
era infalível.

                                                Artur Marques

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Trásdaponte - Equipa de Futebol - Atrásdaponte


Mão amiga, fez chegar ao Trásdaponte, uma foto histórica.
A déc. é a de 40 do séc. XX, que juntamente com as déc. de
50 e 60, foram os tempos de maior actividade em Trásdaponte.
Era a Fábrica Mundet com os seus milhares de trabalhadores,
eram os Estaleiros apinhados de barcos em construção e
reparação, era a Timbre com as suas actividades culturais,
ou de pura diversão, com o salão sempre a transbordar de
povo. Nos anos 50 chegou o Grupo Desportivo Mundet, com
as suas inesquecíveis noites de Verão.No início dos anos 60
Chegou a Santa Casa da Misericórdia,nesta déc. de 60 surgiu
também o Grupo Desportivo Trásdaponte.

É caso para dizer; Tanta actividade para tão pouco espaço.

Vamos identificar os artistas da foto.
Em pé da esquerda para a direita: Leonel Fernandes,
Joaquim José, José António, Joaquim Benegas, Manuel Parra,
Alfredo Silveira,Hermínio,Victor Parra (director) e Luís Antunes.
Em baixo também da esquerda para a direita:Mário Ferreira,
António Pedro, António Leal, Fernando Sado e Helder.
A foto é de 1949 de uma Equipa de Futebol de Trásdaponte
( não confundir com o Grupo Desportivo de Trásdaponte que
só surgiu na déc. de 60 ).

O Leonel Fernndes, viria a ser um destacado hoquista 
conhecido como "Nhéu",com muitos títulos conquistados,
entre eles o de Campeão do Mundo.Neste tempo, era o 
miúdo que se encarregava de fabricar as bolas de trapos.
O Joaquim José o "Severa" veio a ser guarda-redes do
Seixal Futebol Clube. O José António "Ganga" destacou-se
como hoquista no Grupo Desportivo Mundet,era defesa.
Luís Antunes, massagista nesta equipa,foi guarda-redes de
hóquei, conhecido como "Pedrinhas".
O Mário Ferreira,mais conhecido como Mário "Russo"
ou o filho do "Caga-à-iscas",foi um destacado avançado
de hóquei,também no G. D. Mundet. O António Pedro,
conhecido como "Arriporra" destacou-se como basque-
tebolista no G. D. Mundet. O António Leal, viria a ser
hoquista no G. D. Mundet. Fernando Sado o "Nana"
destacou-se como futebolista no Seixal Futebol Clube.
Finalmente o Helder,foi também um destacado futebolista
no Seixal Futebol Clube.

Trásdaponte, foi sem dúvida uma verdadeira Academia
de Desportistas 

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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Trásdaponte - Estórias Com Gente de Trásdaponte

ESTÓRIAS COM GENTE DE TRÁSDAPONTE

OS NOVE UNIDOS DA MEIA-NOITE
( Grupo de Amigos da Sociedade Timbre Seixalense )

Estamos nos anos 70 do séc. XX, as noites de Verão são quentes e
convidativas para a esplanada da verbena da Timbre.Comiam-se
caracóis e amendoins, e bebiam-se uns pirolitos e umas cervejinhas,
e também se jogava aos matraquilhos. Havia um grupinho, (não o nosso)
que sentado no muro da curva da Timbre, para além de apanhar a brisa
que vinha do rio, se dedicava a cortar na casaca dos vizinhos, e de quem
por ali passava.
Havia assim, sempre tema de corte, ou seja, de conversa.
Nós, a rapaziada, na altura 18,19,20 anos,tínhamos o costume de nos
juntarmos no muro, quando terminava o horário dos namoros,ou seja,
por volta das 23.30 horas.
Assim, e quando estávamos todos,lá partíamos para a nossa volta, que
começava muitas vezes na taberna Chave D'ouro, onde se bebia uma
ginginha ou um branco velho.
A paragem seguinte,era no bar do Seixal F. Clube,onde na altura estava
o nosso amigo Luís Tavares, que era um excelente mestre de cozinha.
Se fosse hoje seria um ótimo Chef.
Com a barriguinha já composta, seguia-se em direcção ao Bairro Novo.
Não se podia fazer muito barulho com a conversa, porque ainda estávamos
longe de Abril de 74.
E a volta continuava até Paio Pires ao café do Ti Inácio (cagaiscas),
Cavadas,Torre,Arrentela e Seixal, já por volta das 3 da manhã, com a
brisa do rio já mais fresca.
A conversa durava sempre para lá das 4 horas. Mas era Verão, e no
dia seguinte não se trabalhava. Iam-se fazendo planos para ir com as
namoradas até à praia do Alfeite, onde íamos a remos no barco do
João Peixoto, e apanhava-se bom peixe, que servia para petisco,sendo


cozinheiro o Márinho ( Calhocas ).
Ás vezes, quando o pessoal tinha uns trocos a mais, a volta era outra.
Camioneta da Beira-Rio em direcção a Cacilhas,para comer umas
bifanas e beber umas  imperiais no Farol. O regresso ao Seixal,era na
última carreira às 2.45 da manhã.Bons tempos. Eram tempos em que
se cultivava a amizade, que ainda hoje perdura,longe das tecnologias.
A Timbre era o local de encontro de famílias, onde se trabalhava com
amor à camisola.
Uns na verbena,outros nas direcções, na banda, no teatro, na biblioteca.
Computadores nem pensar,televisões havia poucas, então era a Sociedade
o centro de tudo que era actividade e convívio.

A propósito de televisão,uns anos antes,(60...) existia uma na verbena,que
era religiosamente controlada pelo Ti Anazário, um Timbrense ferrenho,
mas com pouca paciência para os putos, que aguardavam ansiosamente
sentados no banco de madeira corrido, que ele ligasse a televisão, e tinha
de estar tudo calado,se não nada para ninguém.
Era o tempo de séries como o Robim dos Bosques,Ivanhoe,Mascarilha
(alô Silver), Homem Invísivel,Rim-Tim-Tim,Lassie e outras que faziam
as delícias dos putos.Às vezes lá se bebia um pirolito,ou outro refresco,
que eram sempre repartidos por toda a malta sentada no banco.
Aliás, o grupo dos 9 da meia-noite,era todo ele constituído por estes
"fregueses" do banco de madeira da verbena.
Ficam os seus nomes: Artur Avelar, João Tavares, João Sado,José Tomás,
(falecido),Rui Jorge (falecido),António Anjos, Márinho (falecido),
Nelson Teotónio e José Belicha. A estes juntavam-se outros, como o 
Luís Fernando (Alfama), que vinha para o Seixal nas férias e fins de  semana
e o António Furtado.
À medida que o tempo foi passando,veio a tropa e os casamentos, e o
grupo dispersou-se, mas agora, já reformados,(quase todos) estamos novamente 
juntos no Trás da Ponte.
Há que não deixar morrer as coisas boas,como a amizade, e sobretudo a 
Timbre Seixalense.
Um abraço para todos

                                                                                         João M. Tavares 






quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Trásdaponte - Fábrica Mundet


Finais da déc. de 80 do séc. XX. Os Trabalhadores da Mundet
estão em luta. Opunham-se ao encerramento da Fábrica.
Infelizmente o desfecho foi aquele que conhecemos.

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