segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Trás da Ponte - Mercearias 4

Júlio da Silva Rodrigues,conhecido merceeiro da Rua 1º de
Dezembro nº 19 em Trásdaponte.Conhecida como a
mercearia do "Júlio dos Ovos",alcunha herdada do seu
pai, 1º proprietário da loja.Não havia nada que o Sr. Júlio
não vendesse.A entrada principal na Rua 1º de Dezembro
dava acesso à mercearia propriamente dita,na Rua dos Valentes
existia uma entrada,com acesso a outra sala onde estavam
armazenados todos os produtos de drogaria,tudo era aviado
no balcão da Rua 1º de Dezembro.
Estórias envolvendo o Sr. Júlio e a mercearia existem muitas,
a mais conhecida,talvez, aquela da soma das parcelas, da conta
dos fregueses quando no final da semana recebiam a "féria"
da Mundet,e se apresentavam na mercearia para pagar a conta.
No tempo em que a ida à loja se fazia com muita frequência.
Ou para comprar 1 kg de batatas ou 1dl. de azeite ou
petróleo para o candeeiro, etc., a quantidade de parcelas no
rol dos fiados era bastante grande,na hora da soma,o Sr. Júlio,
não fazia por mal,acredito, o que é certo, é que as datas das
compras vinham incluídas no preço final.
Como todas as mercearias que se prezam,esta também tinha
um marçano,no caso,Francisco Brandão de seu nome,mas
conhecido como o "Chico". O "Chico",boa pessoa,
zangava-se bastante,quando os miúdos da rua lhe dedicaram uma
canção."Chico larico da perna assada comeu uma galinha da
semana passada".
O Sr. Júlio,foi merceeiro nas déc. de 30,40 e 50 do séc. XX. a
sua actividade terminou no fim da déc. de 50,depois de ter
ficado cego. Morreu na déc de 60 do mesmo séc.
O espaço actualmente, está ocupado com um restaurante.



quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Trás da Ponte - Faz Sentido - Parte 4

             Conto "Faz Sentido de Eduardo Palaio
                                     Parte 4

... As janelas do autocarro são a revitalização dinâmica
dos vidros da marquise, logo do conjunto urbano do
concelho.Quanto ao bicho,meio canário meio gato,é
"o Ser" peculiar do Seixal.Repare que vocês os três
homens-personagem do sonho-história não manifestam
nenhuma estranheza nem pela presença do bicho nem pela
sua forma extravagante, com penas e pêlo, bico e patas;
significa isso que ser-se do Seixal é coisa diferente e que,
quem venha de fora para ficar, nunca é ser estranhado na
terra e mesmo que se vá embora não é um drama de perda
-o gato que salta para a noite para o não se sabe para onde.
Faz sentido!- pensei- começava a fazer sentido a explicação
do psiquiatra.Lembrei-me então que quando voltava ao
Seixal após longa ausência, encontrava uma população
residente que me era a um tempo desconhecida mas estra-
nhamente familiar também: agora naquelas ruas estreitas
da minha infância a par dos idosos conhecidos - os pais
dos meus amigos - a maior parte daquela gente viera de
fora. Os da minha idade já não habitavam o sítio dos pais,
tiveram outras condições e foram procurar casas mais
confortáveis e modernas nas periferias,no entanto esses
recém-chegados comportavam-se todos como seixaleiros:
os mesmos defeitos e virtudes, plantados nas "ravessas",
pelas tascas, pelos cafés: fizeram-se sócios das colectividades,
parecia que ali tinham nascido,tinham alcunhas e punham alcunhas,
mudavam o voto nas autárquicas para serem como os outros,
e até os ciganos eram mais seixaleiros do que da sua "tribo".
Ora isto só pode ter explicação em perfume-vento que aqui
corra.Da barreira ao rio são cinquenta metros cruzados ao
estendido por quatro ruas,a bem dizer três que a última é a
marginal. E pelo meio os becos e as travessas: estas às vezes
mais largas e então chamam-se Largo da Igreja,Largo da Praça,
das Benzedeiras,isto para os mais velhos: mas no fundo não
passam de atravessas... As paredes,as ruas,as casas que se
defrontam e se encostam.Vive-se em proximidade.Noutros
sítios as pessoas é só trabalho e casa,não se falam só habitam.

                                    continua








domingo, 18 de dezembro de 2011

Trás da Ponte - Pesca Desportiva

Domingo de Maio de 2011 em Trásdaponte.
Concurso de Pesca Desportiva

Clique na foto para ampliar

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Trás da Ponte - G.D.Mundet


Estamos no inicio da déc. de 60 do séc. XX,mais concretamente
no ano de 1962.No parque Desportivo Mundet os Serviços de
Difusão Sonora, organizavam aos domingos os bailaricos de
fim de tarde.Durante a tarde, a juventude fazia o  aquecimento
para o baile divertindo-se jogando hóquei patins.
Nas fotos,reconhecem-se,o José António Vida,Cunha,Adelino,
José Augusto,Luís Filipe Saúde,Augusto,Canal, José Luís,
Manuel Alfredo,Eugénio,Flaviano,Gino,Hugo etc.
Outros nomes podem ser acrescentados na caixa de comentários.

Fotos cedidas por José António Vida

Clique na foto para ampliar

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Trás da Ponte - Timbre Seixalense

A foto é de 1998,150 anos após a fundação da S. F. D.
Timbre Seixalense,a Banda em ano de aniversário é
composta por jovens,descendentes,quem sabe, dos
 Carpinteiros Navais,Fundadores da TIMBRE.

Clique na foto para ampliar

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Trás da Ponte - Timbre Seixalense

Na Timbre,sempre existiram comissões,
independentes das Direcções da Colectividade,
que se dedicavam a promover várias inicia-
tivas ligadas à cultura. Foram as Comissões
de Biblioteca numa primeira fase,promotoras
das inesquecíveis tardes culturais da Timbre,
com bastante actividade nas déc. de 40 e 50
do séc. XX,em plena noite fascista. Por
algumas vezes as portas da Colectividade
foram encerradas,por ordem da tenebrosa
polícia política Pide.
Nas déc. de 60 e início de 70 do mesmo séc.,
foi o tempo das Comissões Culturais,vieram
os debates sobre os mais variados temas e,
vieram também as feiras do Livro,muito
participadas na época por serem raras.
Problemas com a Pide,também existiram,uma
das iniciativas,teve mesmo que ser cancelada,
depois de algumas ameaças de encerrar a
Colectividade.
Nas Feiras do Livro,participavam várias
Editoras,entre elas, uma que comemora este

ano os 90 anos da sua fundação.
Parabéns SEARA NOVA



domingo, 4 de dezembro de 2011

Trás da Ponte - Faz Sentido - Parte 3

                                              Conto "Faz Sentido" de Eduardo Palaio
                                                                        Parte 3

... - E por largos períodos, digamos anos, andou a viver longe da sua terra,não é verdade?
-interrogou ignorando a minha perplexidade - Faz sentido, muito interessante - comentou
quando admiti que vivera por períodos fora da terra mãe.
Mais um espaço de silêncio após o que, de rajada, passou a explicar:
- O sonho que você tem tido tem tudo a ver com angústias recalcadas,angústia da ausência
do seu meio natural: o Seixal. O Seixal, pois! Repare que uma marquise ou um estúdio como
lhe aparecem no seu sonho são espaços virados ao exterior,como um sítio ou uma terra qualquer
mas depois vêm os pormenores de identidade como a luz clara e natural - única - e,contraditoria-
mente,um espaço fechado.Já viu que o Seixal é um espaço bem delimitado logo fechado,nesse
sentido; os sapais de Corroios a um lado, poente, todo o rio e as secas a norte - para lá só 
nadando - do nascente mais rio - mais água, e a sul,apertando-vos contra o rio a barreira, a vossa 
montanha,a vossa parede,ocre de saibro e verde escuro de pinheiros mansos.E os ossos e os orgãos
petrificados que outra coisa não são que a referência a um passado presente nas pedras,um passado
querido - daí a alegoria da esposa, do amor - o fígado, o coração ou seja os palácios, as quintas, as
casas antigas,as fábricas,os estaleiros, os barcos; os pulmões - as manchas de pinheiros mansos...
O autocarro : claro que é a transmutação sem perda de identidade, compatível com o progresso e
com a ideia de movimento,daí essa imagem.

                                                                   continua

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Trás da Ponte - G.D.Mundet

Estamos na déc. de 50 do séc. XX.Esta é mais uma das equipas
do G.D.Mundet onde a maioria dos seus elementos são oriun-
dos de Trásdaponte. Da esquerda para a direita em pé:
Fava, Mariano, Zé Leal, Jesuíno (Salustra ).
Em baixo: Heitor, Inácio Moura, Manuel Nunes e por fim Riso.
Clique na foto para ampliar