segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Trás da Ponte - "Maltinhas"

Estaleiros em Trásdaponte.A foto representa uma cena apreciada
até à déc. de 50 do séc. XX.
Nesse tempo, era no Seixal que estava instalado o único cinema
do Concelho.Era o tempo dos grandes filmes de acção,
principalmente os Western,também conhecidos como filmes de
Cowboys ou, "Cavalinhos Brancos".
Em dias de "Cavalinhos Brancos" o cinema ficava cheio que
nem um ovo.As "Maltinhas" tinham lugar cativo,as técnicas de
luta que se viam nos filmes,tinham que ser postas em prática no
dia seguinte ou, muitas vezes na própria noite.
A "Maltinha" de Arrentela nesses dias,deslocava-se ao Seixal
e marcava presença no cinema.Vinham a pé e regressavam a
pé a Arrentela, acontece que, na passagem pelo estaleiro,o cerco
estava montado,umas vezes pela "maltinha" de Trásdaponte
outras vezes pela "maltinha" do beco,assim o caminho para Arrentela
ficava limitado entre os barracões do estaleiro e o muro da Fábrica
Mundet.Claro que as pedras e os paus começavam a "chover"
até que os elementos da "maltinha" da Arrentela conseguissem
fugir.
Uma estória dos anos 50, tendo como cenário principal
Trásdaponte

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Trás da Ponte - G.D.Mundet

Estamos no final da déc. de 50 do séc. 20.O treinador é
o Fava e os jovens atletas.Quem os conhece?
Vai uma ajudinha!
Está o Hernâni (bananiha),o Chanoca do Outeiro,
Carlos Alberto (intendente), o Irlando o Nelson, Zé David,
Luís (chora)
Se alguém conhecer os restantes que diga.

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terça-feira, 22 de novembro de 2011

Trás da Ponte - Faz Sentido - Parte 2

                                           Conto "Faz Sentido" de Eduardo Palaio
                                                                      Parte 2

... Eu e o "viúvo" seguíamos com o olhar o canário que continuava
 aos pulos-vôos.Aproximava-se da parte da frente do autocarro. Aí estava uma pequena janela rectangular-ao-baixo sem vidro, aberta ao escuro da noite.Rectângulo macissamente preto.Puz-me a pensar,receoso,que o canário
podia desaparecer pela janela,tinha a certeza de que ele ia sair do autocarro pelo rectângulo negro.
O dono do pássaro e o condutor do autocarro,olhavam,como eu,o trajecto do canário,sem mos-
trarem especial curiosidade.A sua tranquilidade fez passar o meu receio. No entanto tinha quase
a certeza que o canário iria fugir por ali.
O canário cantava-assobiava uma melodia daquelas de que se diz serem "muito fresca".Tinha bico
de canário como um bico-de-lacre(?!). O olho - só consegui ver o pássaro de perfil - era redondo,
muito vivo,com uma circunferência preta,perfeita,em volta.Nunca me lembro muito bem como são
os canários,nem nunca percebi de espécies canoras.Este tinha o bico e o olho conforme descrevi e
pegado à cabeça,como deve ser,um tronco,escuro de gato,roliço e semi-lustroso,com quatro patas
curtas e um rabo pequeno como um coto.Assim mesmo.Nunca duvidei de que se tratava de um canário.
Continuou a saltar-voar de bagageira em bagageira e pulou-voou pela pequena janela,para fora do
autocarro,bem por cima das cabeças de nós os três que plácidamente o observávamos."

Abri os olhos e espiei a cara do médico psiquiatra a que recorrera para que me desse uma explica-ção acerca do sonho que tivera fazia uns tempos e que com pequenas variantes de pormenor se vinha repetindo nas últimas noites.
Ele aproximou ainda mais a cadeira do sofá,debroçou-se sobre mim,olhou-me de forma inexpre-
ssiva e após alguns minutos perguntou:" O senhor é do Seixal,não é verdade?"
- Pois sou - respondi - como é que soube?

                                                          continua



     

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Trásdaponte - G.D. Mundet

Boa panorâmica do Ringue do Grupo Desportivo Mundet
na déc.de 50 do séc. XX.
Em apenas década e meia, algumas centenas de atletas rolaram
aqui.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Trás da Ponte - Faz Sentido - Parte 1

                  Conto "Faz Sentido" de Eduardo Palaio
                                         Parte 1

Com algum desconforto aconcheguei-me no sofá,cerrei os olhos
e comecei a narrativa:

"Um espaço estreito,dois homens,um a remexer numa caixa grande
enquanto fala com o outro.Por detrás,uma grande janela com vidros
aos rectângulos pequenos por onde passa uma luz clara,natural.Num
plano recuado, menos iluminado,estou eu a observar.Sabem da minha
presença mas é como se não estivesse.Estamos parece-me numa mar-
quise ou num estúdio.
O homem vai tirando da caixa o que diz ser,ele informa o outro,os res-
tos mortais da esposa: este "outro" tem uma camisa com a fralda por
fora das calças ou então é uma bata, talvez uma bata,tem um ar de
cientista ou de professor ou de sociólogo,só escuta sem fazer comen-
tários.
Espreito a caixa e vejo os ossos,em particular uma tíbia,mas logo a
seguir vou vendo, por cima do ombro daquele que só posso chamar
"o esposo", o resto:
- Isto é o coração,isto é o fígado...- vai ele dizendo.
Os órgãos estão petrificados, impressos em mármore.O coração e tudo
o resto são agora peças em placas, muito brancas, como bocados de
estátua.
Começo a ouvir um canto agradável de pássaro,bem atrás de mim ao
fundo. O homem suspende os gestos na caixa volta-se para trás, não
me pareceu que desse por mim, pelo menos falou sem me olhar:- "Olha
o meu canário!"
Vi o canário, a cantar ao fundo do autocarro. Saltava de bagageira em
bagageira, na parte alta das janelas. A luz desaparecera, era noite. Na
frente do autocarro estávamos os três, o "outro" ocupava-se em conduzir
o autocarro,o corpo sentado agarrando com displicência o volante, o
rosto sem vida,virado para trás.
A marquise dera lugar à parte da frente dum "bus" e a grande janela era
afinal um "pára-brisas".

                                            Continua    

domingo, 13 de novembro de 2011

Trás da Ponte - Tabernas - 8

Nº 7 da Rua dos Valentes,também com entrada pela
Rua Cândido dos Reis.
Nas déc. de 40,50 e 60 do séc. XX, conhecida como a
"Taberna do Manel de Arrentela".No 1º andar do lado tinha
oficina o sapateiro "Catamira", muito conhecido no Seixal.
Foto de 2011
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sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Trás da Ponte - FAZ SENTIDO

FAZ  SENTIDO, refere-se a um Conto que
o Eduardo Palaio publicou em 2002.
Este Conto foi dedicado,segundo as palavras
do autor "À maltinha do beco e à de
trás da ponte".
O Eduardo,também pertenceu,a um desses
grupos de jovens que, nas déc. de 40 e 50
do séc. XX eram conhecidos por "maltinhas".
Para esclarecimento da Juventude actual,
eram assim,uma espécie de "gangues" da
actualidade,só que as "maltinhas " usavam
como arma,pedras apanhadas nas ruas,que nem
eram calcetadas.O prejuízo, eram umas cabeças
partidas ou uns vidros de algumas janelas.O
problema existia,quando os vidros eram os
do Posto da GNR que ficava na esquina
do Largo da Igreja.
Ao contrário,os gangues dos nossos dias
evoluíram e, tendo começado com a G3
depressa chegaram ao G7,G8 e ao que me consta
já chegaram ao G20.

O Conto FAZ SENTIDO,vai ser publicado,aqui
no "Tásdaponte",a sua publicação será feita por
partes.