A ti Neve, doméstica, o marido maquinista naval, os os espanhóis Tomás e Teresa, os filhos Maria Amélia e o Zé Tomás;o mestre carpinteiro Luís Câmara a mulher e a desejada Manuela que arregalava os nossos olhos; a Rosa Coisinha e o Daniel, corticeiros; também corticeiros o Arsénio, a Guilhermina, a Serja e a Inês; muitos Calqueiros, entre eles, o meu amigo Leal que tocava na Banda a quem lhe eram entregues os gloriosos sinos do 1812, e uma porção de Tavares. O tio António Henriques e a tia Elisa e o filho Joaquim que era coxo e tinha uma bicicleta que partilhava comigo. O Epifânio, velho pescador que me emprestava a "Balalaika", lanchadas "aventuras"; o Zé da Quinta maquinista ( cuja bicicleta era mais minha que sua ),da Isilda, doméstica e os filhos Anália ( dos olhos chineses que riam sempre e do Helder que era um boneco ); a minha mãe e a tia Vitória, corticeiras e o meu pai,
mestre calafate; e o tio Armando ( Bate Asas ) dos barcos
e o meu primo João Caetano, a crescer, naqueles tempos.
Ainda do Largo, o Broa, a mulher e a filha Jesuína. Os
filhos Albano, internacional de futebol e o Manuel,
também futebolista importante, já de lá tinham saído.
Por cima da minha casa, o cabrão do marreco o que
fazia era ser bufo e espiar as nossas conversas ,deitando-se
no soalho para saber onde o meu pai parava quando teve
de fugir para não ser preso e ter melhor sorte que o
meu tio Mário, entretanto preso em Caxias. A ti Elisa,
da janela dela via tudo e avisava, bem como a mulher do
GNR Afasta-Afasta, amiga da minha mãe e lhe dizia
que o Chico ainda não pode vir, mas esteja descansada
que dou notícias. E deu, ao fim de quatro meses o meu
pai e o meu tio, finalmente voltaram para casa.( O
meu pai andou por Almada, na casa da minha tia Leonor
e do cunhado e compadre amigo, meu tio Joaquim e em
Lisboa, ficou algumas vezes na casa da minha prima Irene.)"
Ângelo Matos Piedade
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