De um Seixalense ausente um poema em tempo
de peste
QUARENTENA
O sol entra-me pela janela do quarto dos filhos
Ausentes noutras paragens
Da rua vem o silêncio ensurdecedor do vazio
Da cozinha vem o ruído do almoço em preparação
Na televisão correm notícias e imagens
No sofá adormecem pensamentos
Na secretária do computador
Desenho figuras, rascunho poemas
Faço a lista dos mantimentos
Percorro o passado, afasto a solidão
Mitigo o vírus em modo internet
Interajo no facebook, ligo o skype
Atendo o telemóvel, clico no whatsapp
Converso, leio um livro, a tarde avança
Por entre dúvidas e nostalgia
A noite entra-me pela janela da esperança
Amanhã é outro dia.
Júlio Mira
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